sexta-feira, 10 de julho de 2009

Livro digital falado



Com a ajuda da tecnologia, os cegos podem redescobrir o prazer da leitura.

O Ministério da Educação do Brasil lançou em 24/06 o programa MecDaisy, que permite transformar qualquer formato de texto disponível no computador em texto digital falado.

Com o uso do software é possível a produção de livros em formato digital e a geração de livros digitais falados e sua reprodução em áudio - gravado ou sintetizado.

O padrão do MecDaisy apresenta várias facilidades de navegação e edição do texto. Entre outros recursos, permite a impressão de texto em Braile e a leitura em caracteres ampliados.

Além de permitir às pessoas com deficiência visual ou física que possam ter acesso à leitura sob a forma de áudio e texto digital, também está disponível a metodologia para geração de livros neste padrão (que poderá ser utilizada gratuitamente).

Para maiores informações, acesse o site do projeto.

domingo, 28 de junho de 2009

Diplopia



Chamada popularmente de visão dupla, é a percepção de enxergar duas imagens a partir de um único objeto presente no campo de visão do observador.

É um sintoma desconfortável e angustiante referido pelo paciente como “a existência de uma imagem verdadeira e outra falsa”.

As causa mais frequentes de diplopia são de origem muscular ou nervosa. Dentre as doenças que causam diplopia de origem muscular estão a Miastenia Gravis e a Oftalmopatia de Graves.
As alterações nervosas que mais frequentemente causam diplopia são: a paralisia do VI nervo craniano - que causa diplopia horizontal (uma imagem ao lado da outra) - e a paralisia do IV nervo craniano - que causa diplopia vertical (uma imagem acima da outra).

A paralisia do VI nervo pode ser causada por isquemia associada a diabetes ou hipertensão arterial. Também se associa a traumatismos cranianos e, menos frequentemente, com tumores do Sistema Nervoso Central (SNC).

A paralisia do IV nervo pode ser de origem isquêmica ou traumática (esta última especialmente em crianças). Poucas vezes se associa com tumores do SNC.

A resolução da diplopia pode ser espontânea em alguns casos. Na maioria das vezes, é necessário realizar alguma intervenção que pode ser: exercícios ortópticos, óculos com prismas, tratamento específico da Miastenia ou da Oftalmopatia de Graves, toxina botulinica e, finalmente, cirurgia.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Doença de Harada



Também chamada de Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada ou uveomeningite inflamatória.

É uma doença autoimune que afeta a camada intermediária do olho chamada de úvea.

A doença inicia com dor ocular bilateral leve e olhos vermelhos simulando uma conjuntivite. Com o passar dos dias, a visão começa a ficar borrada, podendo chegar ao ponto em que o paciente passe a enxergar apenas vultos.

Idealmente, ao perceber-se a presença de vermelhidão nos olhos, um médico oftalmologista deve ser consultado. Piorando os sintomas, em 48 horas, deve ser realizado novo exame oftalmológico, incluindo exame de fundo de olho sob dilatação pupilar.

As conjuntivites bacterianas normalmente melhoram dentro de 48 horas com o uso de colírio antibiótico. Por sua vez, a melhora dos sintomas das conjuntivites virais costuma ser mais demorada. Em ambos os casos os pacientes dificilmente reclamam de redução da acuidade visual. Já a vermelhidão dos olhos causada pela doença de Harada não melhora com colírios e deve ser tratada com corticóides endovenosos.

O tempo de recuperação é variável, podendo chegar a demorar algumas semanas. O tratamento, uma vez efetuado, se mantém por vários meses.

Lembrando o escopo de atuação de nosso blog (a interdisciplinariedade das doenças oftalmológicas), essa é uma doença onde deve haver o acompanhamento concomitante por médicos oftalmologistas e reumatologistas.

domingo, 31 de maio de 2009

Oftalmopatia de Graves



É uma doença autoimune que atinge os olhos e os tecidos periféricos aos olhos (gordura, músculos extraoculares, glândula lacrimal), que encontram-se alojados nas órbitas.

Está associada a alterações da tireóides (glândula localizada no pescoço). Em muitos casos, o paciente não sabe que a tireóides está desregulada (e descobre em função dos exames oftalmológicos).

O paciente começa sentindo sensação de olho pesado e vermelho. Outras vezes, amanhece com o olho "saltando para fora", chamado de exoftalmia ou proptose. Em outras ocasiões, apresenta visão dupla, também conhecida como diplopia.

A doença, quando se manifesta, tem um período inflamatório que dura em média 2 anos. Durante este período, devem ser realizados exames oftalmológicos e, quando necessário, fazer tratamento.

O tratamento da oftalmopatia de Graves deve ser sempre realizado em conjunto por médicos oftalmologistas e endocrinologistas.

Os tratamentos atualmente empregados são:
- Controle rigoroso do funcionamento da tireóides;
- Lubrificação ocular;
- Dormir com a cabeça elevada para evitar inchaço matinal;
- Uso de corticóides orbitáros
- Uso de corticóides sistêmicos.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Neurite Óptica



Neurite óptica é a inflamação do nervo óptico de forma isolada ou associada a uma doença pré-existente chamada de esclerose múltipla.

É mais comum em mulheres jovens (entre 20-40 anos) e começa com uma dor à movimentação ocular e visão borrada do olho que dói.

O paciente geralmente não apresenta olho vermelho ou secreção e piora progressivamente com o passar dos dias.

É fundamental o exame oftalmológico para detectar alteração na observação das cores e o defeito pupilar aferente, que são sinais indiscutíveis da neurite óptica.

Se o paciente já tem diagnóstico de esclerose múltipla, o episódio é mais fácil de diagnosticar.

Sendo uma doença inflamatória, o tratamento é realizado com corticóides. Desde 1.992, é consenso a necessidade de pulsoterapia com metilprednisolona endovenosa para reverter o quadro, minimizando, assim, as chances de recidivas.

Após 14 dias, o quadro ocular pode ceder mesmo sem o uso de medicamentos e o paciente geralmente recupera sua acuidade visual. Em alguns casos pode haver sequelas na qualidade da visão.

Este tipo de doença pode se repetir várias vezes na vida ou ter um único caso isolado. Devem ser, portanto, realizados controles periódicos conjuntos envolvendo oftalmologistas e neurologistas.